
Não, não, não…. O senhor não é um perfeito e compreensível cavalheiro? Pra que multar um pobre recém mutilado de supercílio? Ou pensa que foi essa a minha intenção? Que eu estava planejando uma plástica e, pro plano cobrir, eu tinha que dar um jeito? Faz isso comigo não que o estrago já me veio grande… e me perdoa o palavreado, é que isso tudo me deixou agoniado.
Olha lá! Tá vendo!? Aquele ali fez igualzinho. Parou onde a peste da placa mandava parar e seguiu todo seguro de si. Viu como a bicicleta passou pertinho? Ói, e pra não dizer que eu estou mentindo o sujeito vinha de camisa branca e com a bichinha toda acesa. Se desse pra ver, a gente via, seu policial.
Agora agüenta aí que o telefone está tocando lá no carro. Deve ser a minha mulher que está me esperando com a janta na mesa. É aniversário de casamento da gente e ela já anda meio adoidada comigo e cheia das desconfianças. Ô, muito obrigado, trinta e dois anos não são pra poucos, né?
Oh! Não… Jamais, jamais. Não era por isso que eu vinha correndo. Estava tudo nos conformes do tempo, até que… ah, seu policial, eu confesso, tudo culpa minha. Me manda logo essa multa! Não está vendo que eu vinha cheio da pressa porque me atrasei um tanto no bar? Sente o cheiro da cevada. Pronto, isso, isso. Tem a hora do ocorrido aí? Beleza.
(Ufa! Quase que não dá pé. A gente não pode desperdiçar álibis por aí, ainda mais com uma mulherona feito a minha. Desconfiada… Sabe Deus do quê.)
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